CÁTIA E JOANA SÃO CASADAS e terminaram doutorado na área das ciências da saúde por volta de 2016. Elas investiram em publicações em revistas científicas internacionais e partiram para os Estados Unidos em janeiro para atuar como pesquisadoras visitantes na Califórnia. Elas não pretendem retornar ao Brasil porque não veem perspectivas de concurso em suas áreas. Mas o fator decisivo da saída do país foi o medo. Uma noite, saindo de mãos dadas de uma festa no Rio de Janeiro, homens dentro de um carro lhes jogaram ovos e gritaram: “seus dias tão contados, sapatonas!”
Cátia e Joana são algumas das muitas colegas que conheci em um recente giro acadêmico no exterior. Em tom de desespero, desesperança e até pânico, diferentes pessoas me contaram que não queriam voltar sob hipótese alguma. Homossexuais sentiam medo de morrer, pesquisadores consideravam não haver mais condições de se fazer ciência no Brasil. Triste país em que um slogan da ditadura militar volta a fazer sentido: ‘Brasil, ame ou deixe-o’.
PARA LER A REPORTAGEM da Rosana Pinheiro-Machado, publicada pelo The Intercept Brasil, basta clicar no link abaixo.
https://theintercept.com/2019/08/05/fuga-de-cerebros-e-autoexilio-governo-bolsonaro-reacende-o-trauma-da-ditadura/