O Diário do Centro do Mundo publicou uma nota, na coluna "O Essencial", sobre a participação de Glenn Greenwald no programa de rádio Pânico, da Jovem Pan, nesta quinta-feira (13/6). O site Brasil247 também publicou matéria sobre a participação de Glenn no Pânico, quando o mesmo afirmou que todos os jornalistas do Brasil querem ter acesso ao vazamento que revelam as conversas, menos as organizações Globo, pois a emissora "quer diminuir a vaza jato e proteger Moro".
Segundo o site Brasil247, Glenn confirmou que conversou com a Globo sobre uma parceria de divulgação de material, como disse em nota a emissora, mas que teria sido informado que "o João Roberto Marinho [um dos donos da emissora] proibiu seus funcionários de trabalharem com ele há seis meses". Ele afirmou ainda que pretende compartilhar o material com quem quiser.
O jornalista, hoje no Intercept, já havia firmado parceria com a empresa na divulgação das informações vazadas por Edward Snowden. Pelo Twitter, ele respondeu à nota da Globo e diz que, "ao difamá-lo, o objetivo da emissora é claro: distrair a atenção da substância das reportagens que expõe sérios desvios na conduta de Moro, Deltan, e a força-tarefa da Lava Jato".
Lula
Para Glenn Greenwald, o vazamento expõe que Moro quebrou todas as regras éticas. Ele também defende a anulação da sentença que condenou Lula. "Ele precisa ser julgado de forma justa, por um juiz que segue regras", ressalta.
O editor do Intercept ainda diz que a quinta parte da divulgação, feita na noite desta quarta-feira (12) e que traz o contexto dos diálogos divulgados anteriormente, além de novas conversas, mostra que os procuradores deixam claro que precisam vetar a entrevista de Lula para prejudicar a candidatura do então candidato Fernando Haddad, explicita o caráter político da Lava Jato.
ENTREVISTA DE GREENWALD À JOVEM PAN
Glenn Greenwald, responsável pela reportagem do Intercept que vazou conversas entre o então juiz Sergio Moro e Deltan Dallagnol, esteve no Pânico desta quinta-feira (13/6). Em conversa com a bancada, ele explicou que seu casamento com David Miranda, deputado federal do PSOL e defensor do PT e de Lula, não tem relação com o material divulgado.
De acordo com ele, as pessoas afirmam que ele quer “atacar e destruir a Lava Jato”, mas que este não é o caso.
“Ninguém pode dizer que tenho algo contra a Lava Jato. Acredito que estamos fortalecendo a luta contra a corrupção, não enfraquecendo, esse é nosso objetivo.”
Glenn relembrou de história que, em 2017, ele foi escolhido para fazer o discurso e dar um prêmio para quem estava lutando contra a corrupção. Sem saber os finalistas, ele acabou sabendo que a força-tarefa da Lava Jato estava entre eles.
“No meu discurso eu defendi e elogiei muitas coisas do trabalho da Lava Jato. O Deltan botou meu discurso no Facebook dele, me chamou de renomado. Esse post viralizou. Eu estava defendendo o trabalho da Lava Jato eu acho que corrupção é um problema muito grave neste país, não de esquerda ou direita”, lembrou.
Ele resume a ação à prática do que considera ser um bom jornalista. “Todos os jornalistas precisam decidir o que deve ou não ser publicado. Não somos WikiLeaks, não estamos publicando tudo que recebemos sem entender o que temos, estamos fazendo o trabalho com muito cuidado, muito responsável, deixamos bem claro que não publicaremos nada sobre assuntos privados. Só documentos de interesse público”, concluiu.