Com a demolidora série de reportagens do Intercept que vieram à luz no fim da tarde deste domingo (9) simultaneamente no Brasil e no exterior, só há uma saída para o país manter-se nos marcos da institucionalidade: soltar Lula e anular as eleições fraudadas por Moro e Dallagnol. As revelações da equipe de jornalistas liderados por Gleen Greenwald, que foi também responsável pela divulgação dos documentos de Edward Snowden, da NSA, liquidam completamente com a Operação Lava Jato, mostrando que ela, longe de ser uma ação jurídica, tornou-se uma operação política fora da lei, que deve ter todas as duas decisões anuladas no retorno do país à normalidade judicial.
O Intercept Brasil publicou três matérias reportagens explosivas baseadas em mensagens trocadas entre integrantes da Lava Jato em Curitiba, como o procurador Deltan Dallagnol, e outras pessoas importantes, como o ex-juiz Sergio Moro. As conversas foram obtidas há algumas semanas pelo Intercept através de uma fonte anônima. As reportagens dão início à série "As mensagens secretas da Lava Jato" -haverá, segundo os jornalistas, outras, baseadas em chats, áudios, vídeos, fotos e documentos obtidos pelo Intercept.
A primeira reportagem tornou pública as motivações políticas que guiaram as ações da Lava Jato. A segunda revela como Moro instruiu Deltan Dallagnol, sugerindo mudanças nas fases da operação, dando pistas para a investigação, indicando fontes e, assim, violando a neutralidade de magistrado. E a terceira demonstra como a Lava Jato blefou no STF para levar o caso do triplex para Curitiba. Pouco antes de apresentar a primeira denúncia contra Lula, Dallagnol não tinha certeza da ligação entre o apartamento e o esquema da Petrobras: "até agora tenho receio da ligação entre petrobras e o enriquecimento, e depois que me falaram to com receio da história do apto", escreveu aos colegas.
O Intercepto publicou um editorial assinado por Glenn Greenwald, Betsy Reed e Leandro Demori, no qual informam:
"Esse é apenas o começo do que pretendemos tornar uma investigação jornalística contínua das ações de Moro, do procurador Deltan Dallagnol e da força-tarefa da Lava Jato – além da conduta de inúmeros indivíduos que ainda detêm um enorme poder político e econômico dentro e fora do Brasil.
A importância dessas revelações se explica pelas consequências incomparáveis das ações da Lava Jato em todos esses anos de investigação. Esse escândalo generalizado envolve diversos oligarcas, lideranças políticas, os últimos presidentes e até mesmo líderes internacionais acusados de corrupção. (...)
Moro e os procuradores da Lava Jato são figuras altamente controversas aqui e no mundo – tidos por muitos como heróis anticorrupção e acusado por tantos outros de ser ideólogos clandestinos de direita, disfarçados como homens da lei apolíticos. Seus críticos têm insistido que eles exploraram e abusaram de seus poderes na justiça com o objetivo político de evitar que Lula retornasse à presidência e destruir o PT. Moro e os procuradores têm negado, com a mesma veemência, qualquer aliança ou propósito político, dizendo que estão apenas tentando livrar o Brasil da corrupção.
Mas, até agora, os procuradores da Lava Jato e Moro têm realizado parte de seu trabalho em segredo, impedindo o público de avaliar a validade das acusações contra eles. É isso que torna este acervo tão valioso do ponto de vista jornalístico: pela primeira vez, o público vai tomar conhecimento do que esses juízes e procuradores estavam dizendo e fazendo enquanto pensavam que ninguém estava ouvindo".
Com a série, todo o edifício construído pelas elites para o golpe de 2015-16, para a prisão de Lula e o veto à sua candidatura começam a cair por terra.
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