A Polícia Militar do Paraná tentou, sem sucesso, impedir os integrantes da Vigília Lula Livre de realizar o já tradicional “boa noite, presidente Lula”. O gesto simbólico é feito desde os primeiros dias de detenção do ex-presidente, no dia 7 de abril de 2018, na sede da Polícia Federal, em Curitiba. Os militares chegaram a ameaçar de prisão líderes da vigília, bem como um juiz federal, Edevaldo Medeiros, que visitou Lula à tarde. Hoje (21), o ex-presidente recebeu uma comitiva de magistrados que prestaram solidariedade. Após negociação entre os juízes e os militares, a Vigília seguiu com sua programação normal. Os policiais chegaram convocados por uma mulher que se dizia advogada de moradores do entorno. Os integrantes da vigília argumentaram que ela estaria ali a mando do grupo ultraconservador Movimento Brasil Livre (MBL). A todo momento, ela filmava a ação e dava ordens para que os policiais prendessem os manifestantes. Sua fala era intercalada com elogios aos militares. O argumento dos policiais era de que existia uma decisão que impede as mobilizações na rua. De fato, ela existe, mas o “boa noite” é realizado em um terreno particular, ao lado da sede da PF. Como o ato não é realizado em horário avançado e em propriedade privada, não existe jurisdição para o impedimento, argumentou Edevaldo, para garantir o prosseguimento do ato.
VÍDEO DO MÍDIA NINJA
Policiais militares do Paraná cercaram e intimidaram militantes da Vigília Lula Livre, em Curitiba, no final da tarde desta quinta-feira (21). Instalada nas imediações da sede da Polícia Federal, onde Lula está preso há quase um ano, a vigília vem travando, desde a prisão do petista, uma batalha judicial para manter suas atividades em apoio ao ex-presidente. Depois de uma série de liminares e audiências de conciliação com lideranças dos moradores das imediações, ficou estabelecido que os militantes não poderiam fazer manifestações na rua e, por isso, a vigília alugou um terreno privado próximo a PF, onde tem realizado suas atividades desde então.
Vídeo: Eduardo Matysiak
A Vigília mandou a seguinte nota:
Vigília Lula Livre repudia tentativa de intimidação e abuso de autoridade por grupo da PM
A Coordenação da Vigília Lula Livre repudia ação intimidatória de um grupo da Polícia Militar do Paraná na noite desta quinta-feira (21).
Perto do horário em que tradicionalmente é realizado o “Boa Noite, presidente Lula”, um grupo de policiais militares fortemente armados, sem ordem judicial, promoveu uma tentativa de despejo da Vigília, que ocorre em terreno privado.
Sem mandado ou qualquer documentação oficial, os policiais, acompanhados de um advogada ligada ao grupo República de Curitiba, ameaçaram prender membros da coordenação da Vigília, além de um grupo de juízes que participava das atividades no local caso o Boa Noite fosse realizado.
A situação foi contornada apenas quando um major da PMPR chegou ao local e informou prontamente que não havia operação, nem ordem judicial para a ação e liberou a realização do Boa Noite, sem risco de violência por parte dos agentes de segurança.
Os policiais então recuaram e argumentaram que estavam responsáveis pela patrulha de um jogo de futebol quando receberam a denúncia de um morador sobre perturbação da ordem e se dirigiram ao local.
Constatando que não havia perturbação, a Vigília pôde encerrar suas atividades diárias com a realização do tradicional “Boa Noite, presidente Lula”. Advogados da Vigília acompanharam a ação e auxiliaram na garantia dos direitos dos apoiadores do ex-presidente que compõem a Vigília Lula Livre.
Seguimos em resistência há 349 dias, na luta pelo restabelecimento do Estado Democrático de Direito, contra qualquer abuso de autoridade. Daqui sairemos no dia em que o presidente Lula tiver seu direito a um julgamento justo assegurado, que reconheça sua inocência e seu direito à liberdade.
Lula Livre, Lula Inocente