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O DISSENSO DA ESQUERDA E O DESAFIO DA UNIDADE

Foto do escritor: Alexandre CostaAlexandre Costa

Neste período pré-eleitoral, a maioria dos dirigentes partidários afirmam que a união dos partidos de esquerda será determinante para barrar o avanço da direita fascista no país. Este talvez seja o único consenso da esquerda. Ou seja: a união das forças de esquerda será fundamental para a resistência ao golpe e para a retomada de um projeto de governo popular no Brasil. Se Lula for candidato, hipoteticamente tudo fica mais fácil, bastando “apenas” acertar a composição com os demais partidos. Se não for, dificilmente a esquerda conseguirá eleger o próximo presidente da República. No entanto, a unidade se torna extremamente importante para a consolidação de uma força de oposição ao longo dos próximos quatro anos. Além disso, a unidade servirá também para fortalecer candidaturas de governadores e deputados do campo da esquerda em todos os estados. Estrategicamente, esta união pode servir também para dar início à retomada de um projeto político para 2022.

Cabe aos partidos de esquerda construir a unidade política, a partir de novos parâmetros morais e éticos. Enquanto os objetivos estiverem atrelados aos resultados eleitorais, tendo os números das urnas como razão das ações políticas, e as disputas por cargos e espaços na máquina pública, como demonstração de tamanho e força, os sonhos da esquerda serão pequenos e medíocres.

Seja como for, com Lula ou sem Lula, a unidade dos partidos de esquerda é um desafio de proporções gigantescas. Caberá à esquerda brasileira, em especial ao PT, mostrar o tamanho das suas pretensões políticas tendo como horizonte o futuro do Brasil.

O VICE DE LULA

Mesmo com Lula candidato, possibilidade muito remota, há fortes indícios de que o PDT não abrirá mão da candidatura de Ciro Gomes. Caso o vice de Lula seja Guilherme Boulos, do PSOL, os demais partidos dificilmente aceitariam. Fiel mesmo, apenas o PCdoB de Manuela D’Ávila.

O PT COM E SEM LULA

Se Lula for candidato, o PT dará as cartas, podendo escolher o seu vice, inclusive com chapa própria, abrindo mão do apoio da unidade da esquerda. Caso o cenário seja este, os demais partidos podem apostar em outras composições, tais como PDT, PSB e PCdoB. Porém, dificilmente o PSOL fará composição com outros partidos, a não ser o PSTU. O PT com Lula terá apoio incondicional do PCO. Já o PDT deve compor mesmo é com o PSB.

LULA E CIRO

Lula presidente e Ciro vice seria uma chapa imbatível, com grandes possibilidades de vencer já no primeiro turno. No entanto Lula/Ciro é a composição mais difícil de ser consolidada. Com Lula candidato, Ciro fica enfraquecido. Porém, sem o apoio de Ciro o PT corre risco de morrer na praia. Sem Lula, o PDT tem força para chegar à Presidência, mas precisa ao menos de uma parcela dos votos do PT e dos demais partidos de esquerda. Um enorme desafio

CIRO E PT

É mais fácil um cavalo voar do que Ciro ser vice de Lula. Caso Lula não seja candidato, também parece impossível que Ciro tenha um vice do PT.

LULA E BOULOS

A composição de Lula e Boulos é possível, porém há um risco de uma chapa com PDT, PCdoB e PSB. Essa hipótese se tornaria uma pedra no sapato do PT, mesmo que o ex-presidente Lula seja o candidato.

LULA E MANUELA

A composição mais natural seria a de Lula presidente e Manuela vice. Com apoio irrestrito do PCO e de alguns desgarrados do PSB, do PSTU e de siglas menores.


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