O governo Michel Temer informou, na noite desta quinta-feira (24/5), que o acordo firmado com os caminhoneiros vai suspender a paralisação e os bloqueios das rodovias por 15 dias. O anúncio foi feito pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, durante coletiva de imprensa, após reunião com representantes da categoria dos caminhoneiros que durou mais de 6 horas. Eliseu Padilha garantiu que a desmobilização da greve começará ainda esta noite. desta quinta-feira.
Depois de quatro dias de protesto contra o alto preço do diesel e do bloqueio de estradas em todo o Brasil, os caminhoneiros aceitaram a proposta do governo, de zerar a CIDE sobre o preço do combustível, manter por 30 dias a redução de 10% no preço do diesel na refinaria, além de garantir que os aumentos sejam aplicados apenas uma vez por mês. O governo se comprometeu também a encerrar os processos contra os sindicatos. Acordo não inclui, no entanto, uma mudança na política de preços da Petrobras, que foi o fator determinante para os sucessivos aumentos no preço dos combustíveis nos últimos meses.
PEDRO PARENTE NO PAREDÃO
Na noite passada, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou uma redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 15 dias. Hoje, ele fez uma chantagem, ao dizer que a política de preços de combustíveis na Petrobras só mudaria junto com a diretoria da estatal, ou seja, com sua demissão.
A política desastrosa de preços de combustíveis, de Pedro Parente, provocou a greve dos caminhoneiros e vem sendo contestada por engenheiros, petroleiros e políticos da base do governo de Michel Temer. O vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), defende abertamente a renúncia de Parente. Enquanto participava de uma teleconferência com analistas de bancos à tarde, as ações da Petrobras despencavam mais de 10% na B3 (antiga Bovespa), fechando com queda de 14,5%, o que representa à empresa uma perda de R$ 47,2 bilhões em valores de mercado.
Parente afirmou que o governo não influenciou na decisão de reduzir em 10% o preço do diesel por 15 dias, que foi tomada pela diretoria da estatal "pensando no melhor interesse da empresa". De acordo com ele, caso Brasília deseje implementar subsídios, a Petrobras teria que ser reembolsada de acordo com cláusulas previstas em contrato.