O cenário pós golpe já era caótico e há fortes indícios de que o Brasil pode entrar em colapso. Caminhoneiros parados, estradas bloqueadas e, em apenas três dias, o desabastecimento já começa a ser percebido em vários municípios de norte a sul do país. Há quem diga que a ideia de caos pode servir de pano de fundo para medidas autoritárias. Mesmo distante das ameaças vividas nos tempos das ditaduras militares, é sempre bom lembrarmos que o golpe militar no Chile, que derrubou Salvador Allende, começou exatamente assim. Por isso, depois da farsa do impeachment que derrubou Dilma e da prisão ilegal de Lula, não há de se duvidar que tudo pode acontecer.
Aqui mesmo no Brasil, quando da queda do governo constitucional de João Goulart, os empresários foram determinantes. Mais recentemente, a própria greve enfrentada pela presidenta Dilma Rousseff teve contexto meramente político e foi planejada única e exclusivamente para desestabilizar o seu governo, sem que houvesse quaisquer avanços do ponto de vista sindical.
Os empresários já perceberam que o seu projeto político não terá sucesso nas urnas. Além da ausência de um candidato carismático, a classe dominante tem consciência que o povo brasileiro percebeu que o impeachment da presidenta Dilma foi mesmo um golpe. Afinal, os mais pobres e os trabalhadores com baixa renda sentiram no próprio bolso as diferenças entre os governos de Dilma e de Temer. Outro fator determinante se dá por força das medidas implantadas pelo governo Temer, que resultaram em retrocesso, perda de direitos e redução de recursos destinados à saúde, à educação e para projetos sociais.
Por tudo isso e também pelo empenho com que a imprensa tradicional tem se dedicado para mostrar a greve dos caminhoneiros, as estradas bloqueadas e a ameaça de desabastecimento, é preciso ficar atento e vigilante em relação ao que vem pela frente.
Cuidado com o desabastecimento e também com as informações da Globo e demais emissoras que compõem o conglomerado a serviço do golpe.