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MPF cobra ações para localizar desaparecidos na Guerrilha do Araguia


O Ministério Público Federal no Amapá (MPF-AP) requisitou informações ao governo estadual sobre a localização de desaparecidos políticos durante a Guerrilha do Araguaia. Desde 2017, a Comissão Estadual da Verdade (CEV) recomendou, por meio de seu relatório final, que o governo se empenhasse na busca por desaparecidos políticos. O estudo apontou como possível paradeiro das vítimas a vila de Clevelândia do Norte, em Oiapoque, distante 600 quilômetros da capital Macapá.

A Guerrilha do Araguaia foi um movimento de resistência ao regime militar na região amazônica brasileira, no final da década de 1960 e na primeira metade da década de 1970. Segundo o Relatório Final da CEV, ela “foi severamente combatida pelas Forças Armadas, a partir de 1972”. Cerca de 10 mil militares atuaram em campanhas e operações de inteligência para desarticular a iniciativa. “As perseguições aos militantes culminaram na morte e no desaparecimento de dezenas pessoas, entre elas guerrilheiros, camponeses da região e militares, em circunstâncias ainda não devidamente esclarecidas”, conforme o texto.

A localização de vítimas desaparecidas durante a ditadura militar é também uma das obrigações impostas ao Brasil em sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) sobre o caso da Guerrilha do Araguaia. Na condenação imposta ao Estado brasileiro, consta que ele “deve realizar todos os esforços para determinar o paradeiro das vítimas desaparecidas e, se for o caso, identificar e entregar os restos mortais a seus familiares”.

Além da localização de desaparecidos, o MPF pediu informações oficiais sobre o cumprimento de outras recomendações do relatório. Uma delas propõe a formação em direitos humanos dos agentes do Sistema de Segurança Pública e ações para resgate, conservação e publicidade da memória sobre o período ditatorial.

Além disso, ainda está pendente a recomendação número 10 do relatório, que propõe que seja formalizado “um pedido de desculpas oficial às vítimas de violações aos direitos humanos praticadas pelo governo do extinto Território Federal do Amapá durante a ditadura militar”. O governo tem até o dia 21 de maio, próxima segunda-feira, para dar respostas ao MPF, o que ainda não foi feito. A Agência Brasil também procurou o governo amapaense para obter informações sobre o andamento das ações de cumprimento das recomendações, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Paraná

No Paraná, uma missão de especialistas organizada pela Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos do governo federal vai fazer uma busca no Parque Nacional, em Foz do Iguacu. O objetivo é tentar encontrar informações sobre o paradeiro de militantes que atuavam na resistência contra a ditadura militar.

Na próxima semana, os especialistas ficarão quatro dias trabalhando na região. Em um determinado local do parque, há registros de uma emboscada em 1974 contra integrantes da organização Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), um dos grupos que se organizava para derrubar o regime militar.

Segundo informações da comissão, seis pessoas teriam sido vitimadas pela emboscada: Joel José de Carvalho e Daniel José de Carvalho, Vitor Carlos Ramos, José Lavecchia, Ernesto Enrique Ruggia e Onofre Pinto. Até hoje, os corpos dos militantes não foram encontrados.

Edição: Amanda Cieglinski

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