(Meu palpite a propósito de uma discussão recente, entre pessoas politizadas, sérias e honestas em seus argumentos)
Sou internacionalista, odeio as papagaiadas nacionalistas ("gauchistas", inclusive). Mas acho politicamente importante tirar a exclusividade da direita valer-se de símbolos coletivos como se fossem coisa "sua".
O branco, que usamos na campanha do desarmamento e que muitos usamos em caminhadas contra a violência, é um símbolo poderoso. As flores enfiadas no canos dos fuzis do exército português na Revolução dos Cravos, foi outro desses símbolos, que geram imagens poderosas que correm o mundo com seu significado agregado a elas.
Nosso vermelho da paixão, desde sempre associado ao marxismo, me abriga e me localiza na política e na história (se não me engano foi o Flávio Koutzii que disse que essa cor representa os(as) que derramaram seu sangue por estes ideais que compartilhamos).
Assim, acredito que nós damos significado aos nossos símbolos. Usarmos o branco não significa que traímos nosso vermelho, mas estamos afirmando, também (no meio de uma manifestação em que outras 40 mil pessoas estarão vestindo vermelho), que que temos um discurso e uma ação histórica anti violência.
Enfim, pessoalmente tampouco acho estranha a proposta de carregarmos bandeiras do país em meio a nosso mar vermelho, porque isso é um discurso muito claro de que o PT é um partido brasileiro, que responde politicamente a este país e que tem por vocação governá-lo. Igualmente, que é um partido que faz todos os enfrentamentos políticos necessários, mas que é um partido promotor da paz.
São cores que expressam políticas que o PT afirma desde seu nascimento. Nos dizem respeito e expressam posições políticas nossas.
PS: gosto muito dessa imagem aqui (e morro de vergonha não ter conseguido identificar seu autor, para dar-lhe o crédito e o elogio).