A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) emitiu uma nota à imprensa, repudiando a censura e o cerceamento da liberdade de expressão, em função do diretor da Rádio da Universidade, André Prytoluk, ter impedido a veiculação da entrevista concedida pelo sociólogo Benedito Tadeu César ao Programa “Entrevista Coletiva”, nesta quinta-feira, dia 8 de setembro. Após diversas manifestações de alunos e professores, repudiando a atitude do diretor da rádio, além de tornar pública sua posição contrária à censura, a Universidade veiculou a entrevista de Benedito.
Leia a nota:
Resposta à imprensa
Em relação ao episódio da não-veiculação do Programa “Entrevista Coletiva”, nesta quinta-feira, dia 8 de setembro, pela Rádio da Universidade, a UFRGS esclarece que repudia todo e qualquer ato de censura ou de cerceamento da liberdade de expressão. Considera que a Universidade é autônoma e, muito além de ser um local restrito ao ensino, também discute e provoca debates na sociedade.
Afirma-se que a atitude em questão deve-se ao entendimento de que seria necessária uma avaliação mais apurada a fim de prevenir que qualquer material veiculado pela emissora venha a infringir a lei nº 9504, no artigo 45 que restringe o tratamento privilegiado ou a propaganda contrária ou favorável a candidatos, partidos e coligações.
Destaca-se, ainda, que a Rádio da Universidade é um fórum legítimo para promoção do ensino e da aprendizagem completa.
leia a declaração do diretor da rádio:
O site Sul21 publicou, nesta sexta-feira, 9 de setembro, uma declaração de André Prytoluk, no facebook, em ele justifica sua decisão de não veicular a entrevista, dizendo que a lei em questão “proíbe falar bem ou mal de qualquer partido no período eleitoral”. “O entrevistado fez juízo de valor a dois partidos que foram nominalmente citados. Me jogaram aos leões”. O entrevistado em questão, Benedito Tadeu César respondeu, também no Facebook, que as justificativas do diretor da rádio foram além dessa explicação: “O diretor da rádio foi tão venal que, quando questionado por mim, pela professora e pelos alunos, afirmou textualmente: “Está é uma rádio pública e as emissoras públicas são chapa branca. Eu vou cumprir o meu dever. Eu prezo o meu cargo”, relatou o cientista político.