A deputada estadual Manuela d’Ávila (PCdoB) tem contribuindo muito para desmistificar o gesto de amamentar um bebê em local público. A naturalidade da deputada para dar de mama à pequena Laura, é mais que um gesto de amor. Trata-se de uma atitude pedagógica e de um enfrentamento ao tabu, às críticas e às polêmicas em relação à postura das mães e do direito delas e dos seus bebês. A imagem de Vinicius Reis, da Agência de Notícias da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul demonstra a importância de lutar e de lavantar bandeiras. As fotos foram feitas nesta quarta-feira (29/6), durante sessão da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembleia Legislativa, que tratou de dois temas em que os gaúchos parecem andar para trás. Os relatos do professor Eduardo Cardoso, afastado de suas funções na Escola Estadual Maria Angelina Maggi, por perseguição política; e do jornalista Matheus Chaparini, do jornal Já, vítima de abuso de autoridade por parte da Brigada Militar, após sua prisão na desocupação do prédio da Secretaria da Fazenda do Estado, no dia 15 de junho, demonstram uma tendência do RS ao retrocesso.
Por isso, fatos que parecem ser banais, como amamentar um bebê, registrar e noticiar fatos ou dar aulas tornaram-se tão importantes.
DEPOIMENTOS
Sobre os depoimentos na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, a deputada Manuela afirmou que a prisão de Chaparini e o uso excessivo da força contra os jovens são dois temas distintos e pedem dois encaminhamentos diferentes da CCDH. Com relação ao segundo, ela afirmou que uma comissão de deputados já se reuniu com o Ministério Público para cobrar a apuração de eventuais abusos cometidos pelos policiais e que cabe à comissão cobrar uma resposta do órgão. Em relação à prisão de Chaparini, ela propôs que a comissão faça uma reunião com o Secretário de Segurança, Wantuir Jacini, para cobrar a retirada de todas as ações contra o jornalista – ele responde por dano qualificado ao patrimônio público, associação criminosa, esbulho possessório e corrupção de menores.
“Aos jornalistas compete a busca pela matéria. Todos podem imaginar que o jornalista não fique em casa esperando um político mandar um papel com as suas atividades, cabe aos jornalistas buscar aquilo que os políticos fazem, que acontece na sociedade. O jornalista estava num lugar privilegiado enquanto jornalista, havia conseguido estar num ambiente de conflito entre a Brigada e manifestantes e foi levado para o Presídio Central, por isso aqui há sim cerceamento à liberdade de imprensa, cerceamento à liberdade de expressão desse jornalista e, inclusive, do seu exercício profissional”, afirmou Manuela.