Em matéria publicada pelo jornal Correio do Povo, desta terça-feira (21/6), tanto o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, quanto o secretário de segurança do Estado, Wantuir Jacini, comentaram a prisão do jornalista Matheus Chaparini, repórter do Jornal Já, ocorrida na última semana, na ação realizada pela Brigada Militar na desocupação do prédio da Secretaria de Fazenda. Entretanto, a versão de ambos é diferente. Sartori disse que, pelas informações que recebeu, o jornalista só se identificou quando foi levado à Delegacia de Polícia. Já o secretário Jacini disse que, pelas informações que chegaram a ele, o repórter não se identificou em nenhum momento. Abaixo, segue a alegação do governador e do seu secretário de Sgurança.
“Pelo que eu sei e estou informado, o jornalista nunca se identificou como jornalista, a não ser quando foi levado para a delegacia. Isso tem que ficar bem colocado. Não é porque é jornalista, professor, empresário ou estudante que a gente tem que tratar diferente. Cobertura todo mundo pode fazer. No entanto ninguém pode destruir patrimônio, impedir que os outros trabalhem e cumpram seu papel de prestar seu serviço à sociedade. Tudo isso está sendo apurado pela Secretaria de Segurança, pelo próprio secretário (Jacini) e todas as pessoas da Corregedoria para levantar e ver o que realmente aconteceu. Você sabe que militante tem em tudo”, disse o governador.
Já o secretário de Segurança disse que as informações que chegaram até ele são de que Chaparini não se identificou nem à Brigada Militar, nem depois à Polícia Civil. Porém, num vídeo gravado pelo próprio jornalista durante a ação da BM, mostra o oposto. Na gravação, Matheus esclarece aos brigadianos que é repórter e está trabalhando, antes de ser levado à Delegacia. Após saber que havia um vídeo apontando o contrário, Jacini disse que já pediu investigação do caso, mas que não vai acompanhar o tema.
“Ele entrou junto com os maiores e menores e em nenhum momento disse que era jornalista lá. Pelo menos isso não chegou até mim. Em nenhum momento ele disse que estava no exercício da profissão, isso foi o chegou até mim. Quando chegou na Polícia Civil, lá foi lavrado o auto de prisão em flagrante. É o primeiro ato formal que a pessoa tem para fazer sua defesa. Ele poderia ter dito que estava no exercício da profissão. O que ele fez? ‘Vou permanecer em silêncio, só vou falar em juízo’. Ali era o primeiro momento da defesa dele. Se ele tivesse feito isso, a delegada poderia colocá-lo em liberdade. Mas ele permaneceu em silêncio com o advogado que assinou junto o auto de prisão em flagrante dele. Ele perdeu duas oportunidades”, argumentou Jacini.
Chaparini foi detido durante ação da BM de desocupação promovida por estudantes na SeFaz, na última quarta-feira, e encaminhado ao presídio Central. Segundo ele, houve identificação tanto à BM (como mostra o vídeo), quanto à Polícia Civil.