VIOLÊNCIA DA BM CONTRA ESTUDANTES É DEMONSTRAÇÃO DE COVARDIA E AUTORITARISMO
- Alexandre Costa
- 17 de jun. de 2016
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A violência com que a Brigada Militar vem agindo nas manifestações de rua, principalmente contra jovens, tem chamado a atenção de advogados, lideranças estudantis e de movimentos sociais. O relato dos 37 adolescentes e dos dez adultos que foram detidos durante a ocupação da Secretaria da Fazenda (Sefaz), na última quarta-feira (15), e alguns vídeos e fotos mostram a violência por parte da Brigada Militar, com estudantes sendo arrastados pelos pés e braços e sendo vítimas dos jatos de spray de pimenta nos olhos e na boca. Os menores, com idade a partir de 14 anos, relataram terem sido agredidos e ameaçados.
No dia da desocupação do prédio as Secretaria da Fazenda, conselheiras tutelares foram até o local após terem recebido denúncias de que menores poderiam estar sendo vítimas de abusos por parte da BM. As denúncias foram feitas por professores, entidades sociais e pelos próprios adolescentes e foram ao local. O artigo 131 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é muito claro, na garantia de direitos e por isso se justifica a necessidade da presença dos conselheiros. A conselheira Gisele Wolkind Aberbuj, relatou ao Sul21 que não pode entrar na Secretaria. “Recebemos várias ligações pedindo a nossa presença. E assim que isso aconteceu, nos dirigimos para lá, mas deixaram passar só um conselheiro e minha colega acompanhou, até para ver se não iam passar dos limites”.
JOVENS FORAM PRESAS E AGREDIDAS
DURANTE MANIFESTAÇÃO EM MAIO
Nicole, Alexandra, Júlia e Carolina relataram as agressões que sofreram por parte da Brigada Militar, após manifestação contra o governo de Michel Temer, na noite de sexta-feira, dia 13 de maio, na Cidade Baixa, em Porto Alegre. As jovens foram agredidas e depois detidas por integrantes da BM. As quatro jovens, que têm idades entre 20 e 25 anos, foram acusadas de desacato, tentativa de agressão e resistência à prisão”. Na terça-feira (17), durante uma coletiva de imprensa, na sede da Ajuris, elas relataram o "terror" das agressões e das ameaças que sofreram durante a prisão. Acompanhadas pelo desembargador Francesco Conti, da Rede de Direitos Humanos do Sistema de Justiça e Segurança do Rio Grande do Sul, e de seus advogados, as jovens estão muito abaladas com a violência a que foram submetidas.
http://youtu.be/oqrkHRgeKNM