Não há como negar, disfarçar, esconder ou macular. O fascismo está presente entre nós, brasileiros, e caminha com uma velocidade assustadora. A violência das manifestações da Paulista e de outras tantas avenidas do nosso Brasil se propaga a cada dia. Um dia foi um casal de jovens que cruzou uma manifestação pró impeachment na Avenida Paulista, outro um estudante indígena e cotista da UFRGS, depois uma mãe que procurava de atendimento para o seu bebê, em seguida o ministro Teori Zavascki, ameaçado após ter determinado a retiirada do processo de Lula das mãos do juíz Sérgio Moro e, por fim, um arcebispo.
É triste, mas é verdade...
O Brasil está diante de uma onda conservadora e autoritária, que nos faz mergulhar nas águas turvas do fascismo, nos conduzindo ao retrocesso político, econômico e social nos próximos anos.
AGRESSÃO AO ARCEBISPO
O cardeal arcebispo de São Paulo, Odilo Scherer, foi atacado durante uma missa na Catedral da Sé, na manhã de quarta-feira (23/3). Uma mulher o acusou de ser um comunista infiltrado na Igreja Católica e aos gritos dizia: “Você e a CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil] são comunistas infiltrados; não podem fazer isso com a minha Igreja''. A mulher, que apresentava sinais evidentes de transtornos emocionais, avançou sobre Scherer, arrancando sua mitra, derrubando-o no chão e arranhando seu rosto. Odilo levantou-se com a ajuda de outras pessoas e seguiu caminhando e abençoando as pessoas na catedral.
As informações são de Laura Capriglione e Mauro Lopes, dos Jornalistas Livres.
AGRESSÃO A ESTUDANTE INDÍGINA COTISTA DA UFRGS
Outro caso de agressão está registrado em materia de Marco Weissheimer, publicada no dia 24/3, no Sul21. A Superintendência da Polícia Federal no Rio Grande do Sul abriu, na manhã desta quinta-feira (24), um inquérito para apurar a tentativa de homicídio e injúria racial contra Nerlei Fidelis, de 33 anos, estudante cotista indígena de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Fidelis, da etnia caingangue, foi agredido com socos e pontapés por um grupo de rapazes, na madrugada do último sábado, próximo à Casa de Estudantes da UFRGS, localizada no centro da Capital. Uma câmera de vídeo instalada em um prédio próximo flagrou toda a agressão. O inquérito da Polícia Federal está sob a responsabilidade da Delegacia de Defesa Institucional, que já requisitou as imagens da câmera de vídeo para tentar identificar os agressores. O vídeo [ver abaixo] mostra pelo menos quatro jovens envolvidos na agressão a Nerlei, que foi atingido com socos e pontapés, mesmo quando já estava caído ao chão. Segundo relato de Onir Araújo, advogado da vítima, Nerlei estava acompanhado de um sobrinho e tinha ido até à Casa de Estudante para encontrar outro parente que mora no local. Na entrada da moradia estudantil, ele teria sido insultado pelos rapazes que teriam perguntado o que “esses indígenas” estavam fazendo ali. Para Araújo, trata-se de um caso de preconceito racial. Segundo ele, há uma crescente onda de violência racista contra cotistas negros, indígenas e africanos no ambiente da UFRGS.
ATENDIMENTO MÉDICO NEGADO EM FUNÇÃO DE IDEOLOGIA
Uma discordância ideológica levou uma médica pediatra a cancelar uma consulta, agendada para um bebê de um ano de idade, pelo fato de a mãe da criança ser petista. O caso, que só veio à tona ontem, ocorreu na semana passada e envolveu a ex-secretária estadual de Políticas para Mulheres e ex-vereadora de Porto Alegre Ariane Leitão (PT).
AMEAÇA AO MINISTRO TEORI ZAVASCKI
Após as ameaças feitas ao ministro Teori Zavascki, que retirou do Paraná o caso Lula e cobrou do juiz Sérgio Moro explicações sobre os grampos ilegais da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Justiça, Eugênio Aragão, determinou.