O drástico enxugamento nas redações brasileiras e em outros tantos países faz parte da revolução causada pelas novas tecnologias e pela força da interatividade que emerge das redes sociais. No entanto, é no mínimo preocupante o fato de 1.103 jornalistas terem sido demitidos no Brasil entre 2012 e agosto de 2015, segundo dados do monitoramento da mão de obra ocupada na imprensa nacional, realizado pelo projeto Volt Data Lab junto a 53 empresas de comunicação em todo o país. Essa é a maior onda de demissões registrada na história recente do jornalismo brasileiro, o que representa uma média de quase 35 profissionais sem emprego a cada mês.
O que fazer? Será que as demissões nas redações estão relacionadas a essa que é uma das maiores revoluções da humanidade?
As novas tecnologias, a interatividade nos processos de comunicação e a consolidação das redes sociais provocaram mudanças profundas no mundo inteiro. Essa revolução que estamos vivendo, resultado da convergência de tecnologias, globalizou a comunicação, interligou mercados e consumidores e impôs ao mundo um novo modelo de informação. Aquela fórmula vertical e clássica do emissor-mensagem-receptor deu lugar à interatividade. O modelo horizontal, que equilibrou a relação entre emissores e receptores, democratizou a comunicação, enfrentou o monopólio da mídia e, gradativamente, fez surgir um outro modelo de informação.
Nesse novo cenário, as milhares e centenas de diferentes vozes se multiplicam infinitas vezes e qualquer pessoa pode produzir conteúdo, mesmo não sendo um profissional da área. Ou seja, no mundo inteiro os jornalistas estão no olho do furacão e sujeitos aos efeitos de uma realidade amarga e desanimadora. Com a acentuada queda da credibilidade e com o anúncio do fim da era do papel, o que já era ruim pode piorar.
A revolução provocada pela rede mundial de computadores e a supremacia da interatividade a partir da consolidação das redes sociais faz surgir um novo cenário para a vida em sociedade. A transformação é irreversível e está em todos os lugares, no mundo inteiro, no sistema bancário, no comércio, na geração de emprego nas mais diversas áreas de trabalho, principalmente no ambiente da tecnologia da informação. Mas e os jornalistas, como ficam? As constantes transformações impõem aos jornalistas o imenso desafio de serem protagonistas de um novo tempo.
Diante de tamanha turbulência, é necessário coragem. A final, nada será como antes!